Seguidores

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011: o ano da verdade na educação gaúcha

É chegado mais um final de ano. 2011 iniciou com grande expectativa. Após um governo do PMDB e outro do PSDB, o PT voltava à cena no RS, em dobradinha com o governo federal. Tais fatos alimentaram o imaginário popular e a esperança do funcionalismo... O setor mais sofrido no estado, a educação, depositou toda a crença de que teria seus anseios atendidos, conforme prometera o ex-ministro da educação e da justiça, durante a campanha eleitoral 2010, Tarso Genro.
Finalmente, o tal Piso Salarial Nacional – no estrondoso valor de R$1.187,00 – seria básico nas carreiras. Além disso, havia a promessa de criação de um piso estadual para os funcionários de escola; perdão e pagamento das faltas das greves de 2008 e 2009; fim da ameaça de meritocracia e das alterações no plano de carreira... Enfim, muitas ilusões!
O ano letivo tem seu início sem que nenhuma das promessas tenha voltado à pauta. Em abril, a categoria aceita um reajuste miserável de 10,91%, envolto em mentiras: extensão do reajuste aos aposentados especiais, aos funcionários de escola – especialmente àqueles que fazem parte do quadro geral e recebem um salário ainda mais indigno (com mais uma promessa de inclusão destes no plano de carreira). Importante considerar que, com este índice – 10,91% - o salário básico dos professores alcançou a importante cifra de R$ 390,00!
Logo depois vem o primeiro ataque: reforma da previdência dos servidores; criação de fundo de pensão e aumento do desconto previdenciário. Aliado a este, diminuição no valor do orçamento para pagamento (judicial) do calote feito por Antonio Britto há 16 anos. Isto significa OUTRO CALOTE!!!
Em outubro, às vésperas do Dia do Professor, outra ameaça: decreto (=autoritarismo) modificando a forma de avaliação dos educadores, responsabilizando os mesmos pela evasão e repetência dos alunos, propondo a meritocracia e desestruturando o tão caro plano de carreira da categoria. Junte-se a isso, o projeto de reestruturação do ensino médio entra na pauta.
Colocado pela corja governista como a salvação da classe trabalhadora, tal proposta nada mais é que a transformação dos nossos filhos em mão de obra barata para os grandes empresários e massa de manobra dos poderosos.
Nesse ritmo – de promessas não cumpridas e ataques mais amplos que os promovidos pelo governo anterior – chega-se a novembro. Neste mês, na iminência de outra greve do magistério, Tarso paga os dias parados – e recuperados – por motivos semelhantes em 2008 e 2009. Mas esta não foi senão uma tentativa de coibir o levante que se anunciava.
Apesar das direções sindicais sustentadas por correntes ideológicas preocupadas muito mais em defender o governo que a própria categoria, a greve foi aprovada em assembleia geral. Nesta, o grande mérito dos educadores foi trazer à tona e mostrar à sociedade que tipo de governo o RS tem.
Mesmo contrariada, a imprensa gaúcha obrigou-se a mostrar que os educadores defendiam a educação. O botão detonador desta greve era uma causa social, a qual contou com grande apoio de pais e alunos. Nos 15 dias de paralisação, não faltaram protestos, nos mais diversos pontos do estado, em defesa da educação pública, unindo estudantes e educadores.
Tal pressão surtiu efeito e o governo viu-se obrigado a fazer alterações no projeto inicial – que fora apresentado à comunidade escolar para uma pseudo-discussão. Porém, os professores, velhos conhecedores das políticas educacionais e seus objetivos, conduziram as plenárias para discussões reais, retirando o véu de bondade.
Após duas semanas de muita denúncia, os educadores retornam ao trabalho, recuperam aulas, concluem o ano, embora sem qualquer sinal de como/quando receber o Piso no seu contra-cheques. Mesmo assim, no dia 23 de dezembro, os bravos lutadores, aqui chamados de EDUCADORES, contemplaram seu contra-cheques com um presente natalino especial, assinado pelo Ilmo. Sr. Governador do Estado do RS, Tarso Genro: CORTE SALARIAL para aqueles que ousaram denunciar e desmascarar este governo!
Para quem ainda não havia compreendido – ou não queria crer no que já era visível e sabido – esta foi a grande lição que o magistério estadual ensinou em 2011. Por trás das promessas eleitoreiras, havia apenas uma verdade: TODOS os partidos da ordem são exatamente IGUAIS. E seguem a mesma cartilha ditada pelo Banco Mundial; os preceitos de Dilma e seu nefasto Plano Nacional da Educação – PNE – que objetiva destruir a educação pública, pois é a esta que os trabalhadores têm acesso e direito.

Mas, que venha 2012!!! Os trabalhadores brasileiros, a exemplo do que ocorre ao redor do mundo, não se calarão e continuarão a lutar por seus direitos!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

É primavera!!!

Os dias já são maiores e a temperatura torna-se amena.
O sol tem um brilho diferente e as cores são mais vivas,
há alegria no olhar, liberdade nos gestos...

É primavera!!!

E a vida recomeça colorida, florida, perfumada...

sábado, 27 de agosto de 2011

Senso comum

Não posso dizer que foi desilusão,
porque a ilusão não existiu;
somente o insuportável
senso comum se justificou...

Volto ao que há muito defendo:
estou completa, não queira me dividir!
Não pedi nada,
apenas me permiti experienciar...

O resultado era o previsto:
FUI!


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dúvidas

Sei lá por que, um dia todas as certezas viraram dúvidas;
as alegrias, tolices; e o sol pareceu ir embora...

Sei lá o motivo, mas repentinamente, quase tudo perdeu a razão;
o que eram virtudes, tornaram-se defeitos graves;
o que era parceria, companheirismo, constituiu agressão...

Não importam, é verdade, as causas, mas os fatos ocorridos;
Assim, o que costumava ser ternura, tornou-se crueldade
e as palavras duras, feriram como punhais...

Complexa essa mania de amar, respeitar, sem enfrentar...
Nossos hábitos, direitos, ideologias... todos latentes...
Somar esforços, sem modificar mentalidades...

Só queremos respeito por quem somos!!!




sábado, 6 de agosto de 2011

Inesperado

E quando não mais havia esperança,
tampouco busca, aconteceu...

Era Dia d@ Amig@...
E o coração voltou a bater descompassado,
alegre, encantado...

Não importa o que virá,
sequer a duração...
O valor é intensidade...

vida pulsante...

É o que há...

Agosto tem outras cores,
sons, ritmos, emoções...

De volta à 2ª Capital Farroupilha!!!!

É normal, em todas as situações da vida, acostumarmo-nos com o cotidiano, a ponto de não mais observarmos certos detalhes. Assim, costuma ser útil e necessário à saúde dos relacionamentos, um período de afastamento. Com isso, nosso olhar desacomoda-se e voltamos a ver com maior nitidez.
Comigo isso está ocorrendo com relação à minha cidade: Caçapava do Sul. Após 12 anos, havia perdido a visão apurada e tudo se tornara comum: as pessoas, os lugares, os costumes, enfim. Hoje – há um ano e meio fora – retorno feliz para reencontrar a família, os amigos, colegas e alunos que participaram da minha vida nesse período.
Também reencontro a cidade histórica, da qual falo com certo orgulho, seja pelas suas belíssimas paisagens, seja pela sua representação na economia do país: capital brasileira do cobre, produtora de calcário, e, óbvio, a 2ª Capital Farroupilha – onde o Hino Rio-grandense foi entoado oficialmente pela primeira vez...
Entretanto, minha felicidade diminui ao passar o pórtico de acesso da BR 392, juntamente com a redução de marcha, quase à primeira, para ultrapassar os obstáculos históricos da Av. Pres. Kennedy. Nesse momento, lamento não estar a bordo de uma carroça, à moda farroupilha. E assim continuo o trajeto (rezando, claro!) para que o meu veículo suporte o caminho – pela Benjamin Constant até a Tiradentes – até o destino.
Sobrevivemos e, então, aproximo-me da casa dos meus pais – o descompasso do coração já não sei se é emoção pelo reencontro ou medo de não chegar. Quando alcanço a esquina da Félix da Cunha com a Tiradentes, outro susto: deparo-me com um caminho inominável. Esta quadra pode lembrar qualquer coisa, menos uma rua no centro da cidade (o IPTU ao menos traduz esta ideia). Há verdadeiras crateras no que deveria ser um acesso ao final da Rua Tiradentes.
Finalmente, desço do carro e conto à família que o trajeto entre a entrada da cidade e a casa levou, em média, 15 minutos – e não foi pelo engarrafamento no trânsito! Os comentários não são nem um pouco animadores. O relato da minha mãe: “Outro dia chamei um táxi para levar teu pai ao médico e o motorista respondeu que se tivesse que descer naquela “buraqueira”, ele não viria, a menos que esperássemos na esquina.” Noutro momento, ela encomendou lenha e ao recebê-la, foi xingada pelo carroceiro: “Não precisa nem pedir, que aqui não trago mais. Ou a senhora pensa que vou matar meus animais nessa rua horrível?”
Depois dessas experiências, concluo: fiz uma viagem no tempo. Reencontrei a Capital Farroupilha. Onde estará Bento Gonçalves? Certamente bem longe, porque uma cidade com governantes não estaria desta forma. Caçapava hoje é uma cidade abandonada. Não deve ter prefeito! Se tivesse, este já teria dado jeito a esta precariedade.
Lamentável!!! Uma cidade com tamanho potencial turístico e os visitantes sem acesso nem ao centro, que dirá aos pontos mais distantes.

Eunice Couto
Professora Estadual
Texto publicado em Jornal da Campanha - 28/07/2011
e Jornal A Gazeta - 29/07/2011 - ambos na 2ª Capital Farroupilha - Caçapava do Sul

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Estranheza

Quis tanto e um dia cheguei perto...
sonhei, vivi, delirei e também sofri...

desejei, até amei...
não foste meu,
roubei-te instantes memoráveis...

derramei lágrimas...

um dia, a máscara caiu,
acordei,
frustrei...

levantei,

refiz a maquiagem,
balancei o cabelo
e fui dançar...

A vida continua...

À luta!!!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ALIENAÇÃO

"Pior que perder o mito,
é perder o respeito por quem
já foi um exemplo."

Não tive promessas,
nem idealizei príncipes...

Respeitava o conhecimento,
a sabedoria,
acreditava em tua justiça...

Repentinamente, um vento forte...

Desfez-se toda a ilusão!!!

Dói saber que és tão comum,
quanto qualquer...

Entristece reconhecer-te
tão igual...

Perdi a esperança...

Acabou a ilusão...

Acordei!!!

Acreditava-te libertário,
descobri o opressor...

Era uma vez...
agora, TODOS são
dolorosamente IGUAIS!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por que aceitamos 10,91% de reajuste?

Os educadores do RS, após longas e intermináveis discussões com os diferentes governos, aceitaram um mísero índice de reajuste de 10,91%. Será devido ao partido do governador, que tem ligações com a categoria ou direções do seu sindicato? NÃO! Definitivamente, não! Desta vez o que leva à aprovação do índice é a situação de miserabilidade dos trabalhadores em educação.

Nos últimos oito anos, as reposições foram mixadas; no governo anterior a luta ficou em torno da manutenção de direitos já conquistados – os quais sofreram duras ameaças – e das condições de trabalho: enturmação, fechamento de escolas, falta de profissionais de apoio, redução de verbas às escolas, plano de carreira... Enfim, tantas outras questões-problemas surgiram (possivelmente como tática administrativa), que não houve condições de tratar da questão salarial, arrancando-se um ridículo índice de 6% no último ano de governo, apenas.

Por outro lado, o Piso Salarial Nacional finalmente teve julgada a ADI – proposta pela ex-governadora e outros quatro da mesma linhagem – aprovando, então, a defesa da categoria de que o Piso é básico do plano de carreira e não remuneração mínima. Mesmo assim, o valor indicado pelo MEC (R$1.187,00) não é o correto – foi “surrupiado” o índice do ano de 2009 – o que elevaria o valor atual a R$1.587,77.

À primeira vista, parece que os problemas acabaram. Finalmente os educadores terão um mínimo de dignidade financeira. Porém, nada é simples assim, quando se trata de educação – que não é, nem de longe, prioridade de governos. O governador do RS – Ministro da Educação à época da Lei do Piso – afirma não ter caixa suficiente para implementar o valor, pois isso aumentaria em 2 bilhões de reais/ano o “gasto” do estado.

Algumas pequenas análises levam a encontrar valores para tal pagamento, considerando-se apenas as reais prioridades:

1- Dívida com a União leva 18% da receita do estado e não diminui – em 2011 a dívida chegará a 35,5 bilhões de reais; 2- Isenções fiscais a grandes empresas e multinacionais – GM, Braskem... – neste ano o cálculo fica em 11 bilhões de reais, ou seja, o RS deixará de arrecadar todo este valor, em prol de empresas milionárias; 3- O governo anterior deixou de gastar 2 bilhões de reais, em 2010, com funcionalismo, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal – assim, há saldo para ser utilizado.

Desta maneira, a luta continuará e o 10,91% será apenas um pequeno alívio ao final do mês de maio, porque em junho, a inflação, que retomou seu crescimento, já o terá engolido. Quanto ao Piso, mesmo após sua implementação, ainda haverá inúmeros outros desafios para os educadores, tais como: segurança, apoio técnico, doenças – como a Síndrome de Burnout -, tempo para planejamento e formação, assédio moral entre outros tantos que merecem inúmeros artigos e discussões.

Somente ao resolver todos esses aspectos, poder-se-á considerar que o trabalhador em educação – professores e funcionários de escola – é respeitado e valorizado em suas tarefas. A questão financeira é apenas a ponta do iceberg. Eunice Couto – Professora Estadual – Pelotas/RS

segunda-feira, 28 de março de 2011

Silêncio

Então as ideias fugiram, os pensamentos não se organizam, a crise toma conta e não consigo mais dizer, escrever, produzir... É o silêncio que se faz em meio a um tiroteio lá dentro do ser...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Há pessoas...

" Há pessoas que nos falam
e nem as escutamos;
há pessoas que nos ferem
e nem cicatrizes deixam;
mas há pessoas que simplesmente
aparecem em nossa vida...
e nos marcam para sempre."
Cecília Meireles

domingo, 23 de janeiro de 2011

o que não deveria...

Parecia que tudo ia tão bem
mas estava enganada...
Um pequeno detalhe,
um vício,
um descuido
e tudo se perdeu...

Agora, estou aqui,
outra vez,
daquele jeito...

Restaram as lágrimas,
velhas companheiras,
para me acompanhar...

Não era isso o que eu queria,
meus sonhos eram outros,
mas a realidade não quer saber.........

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

É 2011!!!

Ultrapassamos a primeira década do século XXI...
O desenvolvimento tecnológico é assombroso
E o aumento da miséria, deplorável...
Encurtaram-se todas as distâncias,
Aumentaram todas as violências: machismo, racismo, homofobia e todo tipo de discriminação;
Empossaram a 1ª mulher presidente do Brasil
E as mulheres trabalhadoras permanecerão exploradas e oprimidas;
Os trabalhadores europeus deram o exemplo,
A burocracia sindical os traiu;
O Haiti sofre com a fome e o cólera,
O Morro do Alemão parece pacificado,
Tropa de Elite 2 é a imitação da vida;
Há trabalhadores sem terra, sem teto, sem emprego,
Enquanto alguns poucos detêm o poder, as oligarquias, os cartéis...
Há sorteio de obras nos governos;
Falta saúde, educação, segurança, cultura e lazer à população...
Aos “representantes do povo” 70% de reajuste no “básico”,
Aos aposentados, 6,4%...
Evolução? É possível, através da resistência construída pela classe trabalhadora, estudantil e oprimida...
Para 2011, uma só lição: organização e resistência popular contra todos os ataques!