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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Só para constar...

Mais um mês chega ao fim
sem muito a dizer,
embora férias, o destino
foi o repouso do lar...

Sem emoções,
sequer alegrias ou tristezas,
apenas um mês que se vai...

domingo, 19 de julho de 2009

RACIONALIDADE

Agora, tudo é silêncio...
Não quero mais pensar,
fazer planos, idealizar...
Calei minha voz,
e retornei ao centro do
eu...
Chega de tanta emoção...
Romances são para os fracos...

domingo, 12 de julho de 2009

Vida politicamente correta...

Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir sorvete de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é depassar numa loja de
conveniência, comprar um litro de sorvete bem
cremoso e saborear em casa com direito a repetir
quantas vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso
cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento,
mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém para não desperdiçar os recursos
do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.


Tantos deveres,
tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar
recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando
melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam
a nosso respeito.

Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos
aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
várias bolas de sorvete,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate,
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Richard Gere, nú,
embrulhado para presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz para consertar
o estrago . . .


Danuza Leão

ADEUS

Se tudo terminar agora,
talvez leve comigo
algumas dores:

os sentimentos não vividos,
as alegrias que não tive,
as ofensas sem motivo,
o amor que não troquei...

levarei também
o olhar azul hipnótico,
aquele primeiro beijo inesquecível,
algumas palavras,
alguns delírios...

Fora isso,
não é má ideia
terminar agora...
o que vier após,
em algum momento
a eternidade poderá contar,
afinal, não faço mesmo
a vida que desejei ter

Até um dia...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Curto circuito

Por vezes a razão foge,
deixando-me
totalmente órfã...
Porém, do nada,
do mesmo jeito
que partiu, retorna
como se jamais
houvesse se ausentado...
Ao voltar, ergue-me
do abismo,
trazendo novamente
a luz, antes apagada,
e a cura do
coração encircuitado...

sábado, 4 de julho de 2009

MATURIDADE

Hoje sei que busco
viver novamente emoções.
Sei o que quero
com menores ilusões.

Sonho, sim, viver um novo amor,
não igual aos filmes ou contos,
mas um sentimento real
que permita ser quem eu sou
e não aprisione o outro...

Também não me venham
com delimitações temporais;
quero a eternidade dos momentos
e a intensidade do "enquanto".

sexta-feira, 3 de julho de 2009

RECEITA

O amor que eu quero
é preparado assim:
a alegria da felicidade
misturada suavemente
à doçura da companhia,
recheado de cumplicidade
com cobertura sabor
LIBERDADE.

INCOERÊNCIA

Há coisas difíceis
de entender,
em especial as
regras do bem-viver:

deve-se buscar
a felicidade,
e jamais revelar
quando encontrá-la...

CONFISSÕES

É bom outra vez sentir
a emoção embalar,
a vontade de ir
em busca daquele mar
que pode ser o refresco,
mas também pode afogar...

Sem medo, corro o risco
de outra vez AMAR!