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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

TRANSCENDÊNCIA

Tempos atrás, falava sobre o vento no cabelo e a energia que isso proporcionava. Chegamos até a concluir que este era um fator preponderante na felicidade familiar, afinal nós todos sentíamos a alegria da brisa, quiçá sua liberdade... Dias vão e vêm sem que se possa pensar muitas vezes sobre estes temas óbvios, talvez... No entanto, na última quarta-feira, ao sentir o vento norte bater em mim, recobrei a tal alegria do descabelamento...
Interessante que não era momento para alegrias, esperanças e afins: havia perdido a ilusão de uma paixão que vislumbrava (após longo período de jejum), retirava pontos de incisões cirúrgicas e, para completar, extraía um dente siso, enfim, sentia dor física e emocional. Adversamente, a alegria veio lá do meu epicentro. Senti aquele ar mais forte direto no rosto, e um sopro dele me invadiu, ventilando uma nova vida... um êxtase sem razão objetiva... vontade de inovar em coisas simples, comuns... desejo de vestir diferente, de ser, de viver algo mais estimulante...
Enfim, os motivos pouco importam; interessa mesmo é a vontade de ser melhor, estar feliz sem nenhuma razão nova e o modelito (ah, mas que vestido!) escolhido, idealizado e encontrado para SER o mulherão no qual me transformei - sem dúvida, muito mais feminina. Ótimo é o gostar de mim mesma do jeito que sou e até dar-me conta de quando não ajo corretamente; é admirar minha inteligência lógica quando necessito manter-me firme, em vez de cair em lágrimas; o bom humor para não ver a vida tornar-se uma cruz; e não viver me penitenciando pelos erros cometidos, pelas oportunidades perdidas, enfim, por tudo que poderia ser mas não é...
E assim, este agosto de 2009, ainda no seu início, pode marcar um novo tempo em meu viver. Se algo mudará ou não após aquela rajada de vento norte, não sei, mas desejo à personalidade que começou a tomar forma naquele momento, que seja muito, enorme, infinitamente FELIZ e capaz de transcender aos percalços da vida diária, sem se deixar abalar demasiadamente pelo que é fugaz...

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