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segunda-feira, 23 de julho de 2012

CARTA ABERTA À COMUNIDADE PELOTENSE



            São incontestáveis os diversos problemas que afetam a sociedade nos últimos tempos e esses desembocam, inegavelmente, na escola pública. Como resultado, além de baixo rendimento, temos a questão da violência escolar que acaba por afetar alunos, profissionais da educação e familiares.
            Para as questões centrais da problemática, não há soluções imediatas, porém, há medidas simples, as quais podem reduzir os danos causados a toda uma população que fica a mercê desta violência. Desta forma, os professores e funcionários do Colégio Estadual Dom João Braga, em busca de um ambiente mais tranquilo e saudável para o cumprimento de suas atribuições educacionais, vêm a público sugerir à sociedade que exijam de seus governos a tomada de algumas atitudes em prol da melhora geral deste quadro tão preocupante:
·         Redução do número de alunos por turma, em especial nas turmas de 5ª e 6ª séries/anos, o que possibilitaria um atendimento mais efetivo aos alunos, oportunizando maior qualidade no processo educativo;
·         Profissionais especializados: monitores, funcionários, professores, orientadores educacionais, psicólogos, em número adequado às necessidades da comunidade escolar;
·         Segurança – em especial nos horários de entrada e saída de todos os turnos – para coibir tanto as questões de violência, quanto a problemática causada pelo uso indevido de drogas, tráfico, roubos, assim como invasões de grupos estranhos ao ambiente escolar;
·         Trazer a público as ocorrências de desacato aos profissionais e violência sem motivo contra estudantes, em todas as instituições educacionais, a fim de criar laços de solidariedade e mostrar a realidade enfrentada nas escolas e ignorada pela maioria da população;
·         Realizar campanhas de desresponsabilização dos profissionais da educação por todos os problemas sociais. Vive-se um momento em que se tornou comum responsabilizar os educadores, não só pela violência, como pela gravidez precoce, uso indevido de drogas, entre outros aspectos;
·         Priorizar a escola em sua real função: preparar, formar o aluno no aspecto intelectual. O ensino de valores fundamentais à convivência social, educação mínima é dever da família e esta deve ser responsabilizada por suas tarefas, em vez de atribuir à instituição escolar obrigações que não são suas. Quando as famílias não tiverem condições de fazê-lo, o Estado deverá tomar para si a responsabilidade;
·         Órgãos responsáveis pelas instituições públicas de educação (SEs, CREs e SMEs) devem assumir a defesa e acompanhar sistematicamente os educadores, ouvindo-os e buscando apoiá-los em suas reivindicações, em especial no que se refere aos temas relacionados à disciplina e comportamento de alunos, bem como na satisfação das necessidades da instituição escolar com relação aos recursos humanos para seu funcionamento adequado;
·         Repúdio público às notícias veiculadas em todas as mídias populares que desrespeitam profissionais e instituições de ensino, contendo edições e opiniões particulares de profissionais que desconhecem a realidade vivida nas escolas, considerando-se que os veículos de informação devem noticiar os fatos com isenção e imparcialidade.
            Estas são apenas algumas atitudes que, se tomadas por todos, em pouco tempo reduziriam essas ocorrências que vêm aterrorizando gestores, professores, funcionários, pais e alunos das escolas públicas não só de nossa cidade como de todo o país que sofre com as desigualdades sociais, as quais desembocam, em grande parte, na violência escolar. 

2 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Querida Eunice, infelizmente a educação, neste país, não é tratada com o respeito que merece, pelas autoridades responsáveis. Educação tem que ser prioridade, mas não é. Entram governos e saem governos e muita pouca coisa é feita para alavancar o setor.
Um abraço. Tenhas uma ótima semana.

Magda disse...

Estamos realizando nossa função...divulgar, educar e dando testemunho de respeito, coerência e tolerância!!
Só nos entende àquele que vivencia a realidade..."gabinetes" não espelham verdadeiramente o que um PROFESSOR experencia no interior de uma Escola!!