São
incontestáveis os diversos problemas que afetam a sociedade nos últimos tempos
e esses desembocam, inegavelmente, na escola pública. Como resultado, além de
baixo rendimento, temos a questão da violência escolar que acaba por afetar
alunos, profissionais da educação e familiares.
Para
as questões centrais da problemática, não há soluções imediatas, porém, há
medidas simples, as quais podem reduzir os danos causados a toda uma população
que fica a mercê desta violência. Desta forma, os professores e funcionários do
Colégio Estadual Dom João Braga, em busca de um ambiente mais tranquilo e
saudável para o cumprimento de suas atribuições educacionais, vêm a público
sugerir à sociedade que exijam de seus governos a tomada de algumas atitudes em
prol da melhora geral deste quadro tão preocupante:
·
Redução do número de alunos por turma, em
especial nas turmas de 5ª e 6ª séries/anos, o que possibilitaria um atendimento
mais efetivo aos alunos, oportunizando maior qualidade no processo educativo;
·
Profissionais especializados: monitores,
funcionários, professores, orientadores educacionais, psicólogos, em número
adequado às necessidades da comunidade escolar;
·
Segurança – em especial nos horários de entrada
e saída de todos os turnos – para coibir tanto as questões de violência, quanto
a problemática causada pelo uso indevido de drogas, tráfico, roubos, assim como
invasões de grupos estranhos ao ambiente escolar;
·
Trazer a público as ocorrências de desacato aos
profissionais e violência sem motivo contra estudantes, em todas as
instituições educacionais, a fim de criar laços de solidariedade e mostrar a
realidade enfrentada nas escolas e ignorada pela maioria da população;
·
Realizar campanhas de desresponsabilização dos
profissionais da educação por todos os problemas sociais. Vive-se um momento em
que se tornou comum responsabilizar os educadores, não só pela violência, como
pela gravidez precoce, uso indevido de drogas, entre outros aspectos;
·
Priorizar a escola em sua real função: preparar,
formar o aluno no aspecto intelectual. O ensino de valores fundamentais à
convivência social, educação mínima é dever da família e esta deve ser
responsabilizada por suas tarefas, em vez de atribuir à instituição escolar
obrigações que não são suas. Quando as famílias não tiverem condições de
fazê-lo, o Estado deverá tomar para si a responsabilidade;
·
Órgãos responsáveis pelas instituições públicas
de educação (SEs, CREs e SMEs) devem assumir a defesa e acompanhar
sistematicamente os educadores, ouvindo-os e buscando apoiá-los em suas
reivindicações, em especial no que se refere aos temas relacionados à
disciplina e comportamento de alunos, bem como na satisfação das necessidades
da instituição escolar com relação aos recursos humanos para seu funcionamento
adequado;
·
Repúdio público às notícias veiculadas em todas
as mídias populares que desrespeitam profissionais e instituições de ensino,
contendo edições e opiniões particulares de profissionais que desconhecem a
realidade vivida nas escolas, considerando-se que os veículos de informação
devem noticiar os fatos com isenção e imparcialidade.
Estas
são apenas algumas atitudes que, se tomadas por todos, em pouco tempo
reduziriam essas ocorrências que vêm aterrorizando gestores, professores,
funcionários, pais e alunos das escolas públicas não só de nossa cidade como de
todo o país que sofre com as desigualdades sociais, as quais desembocam, em
grande parte, na violência escolar.