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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Exaustão

Ainda é setembro e os sintomas já estão com força total.
Nem o sol e as flores conseguem animar.
Vontade de fugir, desaparecer, não ver ou ouvir...
Ambientes pesados como há muito não frequentava...

Poucos lugares ou pessoas ainda vivem sua sanidade,
estou encontrando a tênue barreira
entre vida e loucura...

O limite está próximo,
eu exausta...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Inversão de Valores

Cresci (e isso não faz muito tempo) ouvindo discursos sobre certo e errado, com destaques ao aspecto de que "quem erra, paga". Ou seja, minha educação foi embasada na perda de direitos ao descuidar dos deveres (teorias essas que norteiam a educação dos meus filhos também). Há alguns anos, vi crescer a ideia sobre "direitos humanos". Na minha inocência, acreditei que os mesmos privilegiariam a honestidade. Óbvio que meu delírio não durou muito e logo soube da ênfase do tema em defesa ao ilícito.

Há pouco mais de uma semana, assisti ao término da ficção apresentada no horário nobre da TV, "Caminho das Índias", que entre muitos assuntos, abordou uma determinada família superprotetora do seu "bebê" super, hiper, mega mal educado. Ao menos no final da trama, o rapaz foi "condenado" a aprender limites, cumprindo "pena" numa instituição filantrópica. Não tenho dúvidas de que o cidadão nasceu, realmente, naquele momento, quando o indivíduo ganhou sua liberdade como ser humano, aprendendo a ser gente de verdade.

Na última quarta-feira, por acaso, vi um dos jornais de maior circulação no RS e um dos destaques de capa era a questão da indisciplina escolar. Embora o tema seja bastante recorrente no cotidiano, foi impossível não ficar "abestalhada" com a situação: pais do mundo real, amparados por renomados educadores, recriminaram a professora que "impôs" limites ao vandalismo de um aluno.

Engraçado! Na semana anterior, o mesmo jornal criticava, com veemência, a atitude exagerada de estudantes – em protesto contra a corrupção no governo estadual – que pintaram nas paredes e pisos da Assembleia Legislativa “Fora Yeda!” (Seriam dois pesos e duas medidas???)

Voltando à notícia da indisciplina, o fato de pichar a escola (recém pintada com a ajuda da comunidade) foi irrelevante - segundo os entendidos - diante da punição infligida ao menino de 14 anos, matriculado na 6ª série (parece-me que nos números há indícios de algum problema): limpar o que ele mesmo havia sujado. A atitude da professora - em momento de indignação, até - ao dizer que o referido aluno comportara-se como "bobo da corte" (seria esta uma ofensa imensurável?), tornou-se mais chamativa que a atitude do mesmo.

No entanto, aspectos como a existência de inúmeros rabiscos com o nome do rapaz, anteriores à pintura; assim como a não-colaboração da família no mutirão e, até mesmo, a defasagem idade/série do educando, parecem não ter implicação alguma com a atitude do referido aluno. Pergunto-me: teria esta família já se preocupado com tais questões?

Embora esteja a uma grande distância territorial do ambiente, onde o fato aconteceu, pelos anos que dedico à educação, posso afirmar que estes pontos são indicadores de que o estudante não é muito chegado à escola e seu objetivo maior: a educação.

Tudo isso ocorre ao mesmo tempo em que, em Caçapava do Sul, um menino de 15 anos agride a marteladas um comerciante, levando-o a óbito logo depois. Este aluno, também de 6ª série, deu muito trabalho à escola, que fez inúmeras buscas à família - a qual deu mínima atenção aos chamados da instituição escolar. O resultado? Drogas, roubo e uma família, de bem, destruída cruelmente por um jovem assassino...

Questiono, então: que mundo é este? Onde estão os princípios básicos da vida em sociedade? Errado é quem procura mostrar ao adolescente que é necessário ter responsabilidade sobre seus atos? Até onde lembro, para que o cidadão tenha direitos é fundamental, primeiro, cumprir com seus deveres. Ou estou eu fora de moda e a modernidade atribuiu à sociedade o direito de não mais respeitar o espaço (trabalho) do outro? Antigamente, a liberdade de um ia até o ponto em que não invadisse a do vizinho... mas isso deve ser coisa ultrapassada... Qual é mesmo a função atual da escola? Tenho ouvido, frequentemente, que o professor deve suprir também a falha da família, da sociedade, enfim... Não foi isso o que a professora fez com seu pupilo pichador?

domingo, 27 de setembro de 2009

Inquietação

Perco os sentidos,
o sossego, a paz,
por questões que
sequer são minhas...
Dói a cabeça,
os ombros, o corpo,
sem qualquer explicação...
Fatos cotidianos
tiram-me do chão,
como se fossem
parte de mim...

Sei lá, se bom ou ruim,
importa que as atrocidades
desumanas ainda
me desequilibram...
Sinal que a apatia
não me dominou!

domingo, 20 de setembro de 2009

SONO

Tem horas em que é impossível
manter os olhos abertos...
Talvez seja melhor fechá-los...
Quem sabe um sonho bom possa vir
e, por instantes, ser a realidade...

Quero novas realidades,
novos horizontes,
mais sonhos...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Educação Pública brasileira na berlinda



No Rio Grande do Sul, há muito se luta contra a desvalorização do ensino público. Com maior vigor, o debate entrou nos lares da classe média gaúcha, a partir de 2007, com a falta de professores, enturmação, redução de recursos, ameaças aos direitos dos educadores, os quais fazem parte do “novo jeito de governar”, implantado por esses pagos com o (des)governo do PSDB.
É de conhecimento geral que o tal “déficit zero” existe apenas nos serviços públicos mais necessários: saúde, educação e segurança – totalmente deficitários em condições de trabalho e atendimento à população que paga seus altos impostos, sem receber os serviços a que tem direito e zero em investimentos. Para 2010, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias já aprovada, haverá redução de verbas na ordem de R$1,2 bilhão para a Educação e R$ 800 milhões para a Saúde. Em contrapartida, gastará, ainda em 2009, R$ 93 milhões em publicidade.
Até aqui, falava-se no problema apenas do RS. Agora as manchetes também trazem à tona queixas semelhantes noutros estados, o que significa que a lógica neoliberal implanta-se por todo o país, com aval do governo federal. São salários defasados e congelados há vários anos, ausência de concursos públicos e aumento na contratação de servidores emergenciais, retirada de direitos dos trabalhadores, redução de verbas, criação de meritocracia, avaliação externa, terceirização e privatização, além da ameaça de demissão, entre outras invenções que objetivam o desmonte do serviço público, ou seja, a inserção do estado mínimo.
A vizinha Santa Catarina enfrenta a falta de concursos públicos e aumento de carga horária, através da alteração da grade curricular, possibilitando o tal cabide de empregos para apadrinhados políticos que pouco se importam com a qualidade dos serviços prestados, além dos salários e recursos congelados há vários anos (governo PMDB/PSDB). No Rio de Janeiro (governo PMDB), os profissionais da educação estão em greve desde o dia 08 último. Os educadores já sofreram a repressão policial (gás lacrimogêneo, balas de borracha e armas de fogo), com o intuito de impedir o protesto por melhores condições de trabalho – e consequentes resultados mais positivos –, além da defesa dos direitos dos trabalhadores – plano de carreira. Somente para mencionar os estados mais populosos e próximos, lembre-se ainda que em São Paulo e Minas Gerais (governados pelo PSDB) não é novidade a constante mobilização de professores e estudantes reivindicando seus direitos.
Enfim, percebe-se que o descaso é tamanho que o movimento estudantil volta a se erguer, a exemplo das décadas de 60 e 90. A juventude mobiliza-se, exigindo respeito por seus direitos, juntamente com os sindicatos e movimentos sociais. Nos desfiles comemorativos ao 7 de Setembro, inúmeras apresentações levaram às ruas os protestos pelo fim da corrupção, seja no governo Yeda/Feijó (RS), seja pelo “Fora Sarney” e o senado federal. Nesta quarta-feira, dia 16, em Porto Alegre, os jovens irão às ruas novamente, engrossando o pedido de impeachment de Yeda Crusius.
São essas ações que corroboram para a necessidade de respeito à educação em todo o país e bom número de jovens brasileiros já entendeu que somente o povo na rua, cobrando dos governantes seus direitos, poderá fazer com que o Brasil deixe de ser o país do “vale-tudo” ou do “jeitinho”. Afinal é a educação de qualidade que forma cidadãos críticos, convictos e éticos. E estes conceitos são, sim, ensinados na escola pública, gratuita e de qualidade.

Eunice Souza Couto – professora estadual, representante do 17º núcleo/CPERS Sindicato, militante da corrente sindical Democracia e Luta
Publicado em JC - Jornal de Caçapava e http://www.democraciaeluta.blogspot.com/
(Nem só de sentimentalismos vive esta mulher...)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ENCONTRO

Finalmente encontrei aquele que sempre sonhei, tanto no físico quanto no intelecto.
Ahhh... quantas vezes brinquei, dizendo que meu príncipe era loiro e tinha olhos azuis...
Ninguém acreditava no meu delírio, nem eu... por isso me perdi tantas vezes em aparências tão diferentes.
Mas, como dizem, "quem espera sempre alcança", um dia ele apareceu. Assim, do nada, parou em minha frente, quando eu nem estava ligada... Não posso negar que gelei, tremi, mudei de cor e até hoje ainda perco as palavras quando se aproxima...
O melhor é que qualquer gesto seu me faz levitar... Torno-me a pessoa mais feliz do universo...
Com o tempo, aprende-se muitas coisas, e a mais importante agora é saber que não preciso possuir para amar...
Quero-o demais, mas assim como somos: cada qual com suas vidas. Em alguns momentos, podemos uni-las, mas logo depois devemos retornar aos nossos mundos...
Não quero desencantos desnecessários e a rotina os traz inevitavelmente.
Espero que agora tenha entendido o significado de preservar um amor...
Parece exagero? Talvez... No entanto, sempre que lembro ou vejo, o meu coração explode: Eu te amo! Devo acreditar, pois, até agora, só meu coração e eu o sabíamos...

domingo, 6 de setembro de 2009

LAPSO...

Um dia tudo é felicidade,
o encontro de todos
os sempre desejados...

Outro, uma pequena lembrança,
um deslize e pronto:
lá se foi a fosforescência que,
ainda agorinha,
iluminava todo o ambiente...

Poxa! Quanta indelicadeza!!!
Para quê a perturbação
desses "bichinhos"?
Não perceberam que
estava a metros do chão
ou queriam mesmo
era derrubar???

"Tudo bem" foi a resposta...
Já me desculpei!!!

LIÇÕES

Aprendi que a felicidade
se faz de instantes,
gestos e palavras inesperadas...

Aprendi que a realização de desejos
independe de posses ou convenções...

Aprendi que pré-disposição
pode importar mais que
a própria ação...

Aprendi que querer
é ser mais liberdade
sem arguições ou cerceamentos...