Poucos dias antes de completar meus heróicos e bem-vividos 39 anos, fiz um balanço da vida e me descobri uma pessoa feliz - grande evolução, considerando a crise existencial vivida dez anos antes -.
Agora olho à minha volta e o encantamento toma conta, pois embora tudo pudesse ser melhor, considero minhas conquistas um grande sucesso:
* dois filhos lindos, saudáveis e maravilhosos - não existe nada melhor;
* uma família ótima: pai, mãe, irmã, avó, uma porção de tios e primos - mesmo que alguns já tenham partido e deixado a marca da saudade;
* emprego fixo, direito a férias (e feriadões) e plano de saúde - quanta gente procura trabalho e não encontra?;
* salário no fim do mês - bem menor do que mereço, sem dúvida, mas a gente faz o que dá;
* uma casa para nos abrigar - pensar na reforma é assunto pra outra hora...
Óbvio que as citações são as mais básicas, mas suficientes para dizer que a felicidade está nas coisas simples.
Na última Páscoa, admirei minha filha (2 anos) ao receber seu cestinho e dividir os doces com a mamãe e o mano. O conteúdo do "presente do Coelhinho" não era muito - evitamos o consumo de doces - mas suficiente para fazê-la feliz e ainda estimular a partilha.
Há algus anos, meu filho já havia sugerido que a felicidade era uma caixa de bombons e um "Kinder Ovo". O tempo passou e a mesma lição foi repetida - espero ter aprendido agora.
No corre-corre diário muitas vezes não sobra tempo para pensar em felicidade. Porém, momentos singelos, pequenos gestos fazem-me perceber que a felicidade é... simplicidade.